O cotidiano
e o imaginário de mulheres negras e brancas revelam os diferentes
conceitos sobre seu corpo e sua participaçaõ em nossa sociedade.
A tradição judaico-cristã determina as posições para dormir, ficar
de pé, sentar e descansar segundo suas formas de expressão. Assim,
o que é sexualmente excitante e estimulante numa cultura, é repelente
e vergonhoso em outra. Assim, os indivíduos nascidos em sociedades
diversas, sujeitos a diferentes tradições, apresentam hábitos e
costumes corporais distintos, sendo que as religiões são responsáveis
pela compreensão da sociedade, sendo um fato social. Nele a ordem
fisiológica material se une à ordem ideológica moral, como signos
nos quais se encontram e se reúnem o sensível e o inteligível, o
significante e o significado. O diálogo do ser com o dever ser se
estabelece. O corpo significa ao mesmo tempo VIDA e MORTE, o normal
e o patológico, o sagrado e o profano, o puro e o impuro.
As práticas
corporais são ritos que imprimem ao ser humano uma certa consciência
visceral do mundo, altamente estruturada, codificada, rigorosa e
socializada, em que as possibilidades de escolha são limitadas a
mínimos parâmetros, porque qualquer liberdade é altamente significativa
e põe em risco a totalidade do sistema de ordenação do mundo.
A sociedade
codifica o corpo e as codificações do corpo codificam a sociedade.
São codificações lógicas e morais. Desta forma é preciso olhar com
olhos de ver com respeito e dignidade as mulheres negras. Mãe Stella
é um exemplo vivo desta mulher , plena de identidade e dignidade.
|