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Mãe África
 

 

Entre os Significados da Ilha Encantada: relações de poder e construção do universo religioso afro-maranhense
Alvaro Roberto Pires - Depto. Antropologia - UFMA
l[email protected]

A cidade de São Luís, no estado do Maranhão, a poucos anos catapultada para o universo nacional através das propagandas veiculadas pelo mass media, como sendo o mais novo enclave das festividades populares regionais, com suas particularidades culinárias, religiosas, comportamentais, cujo patrimônio histórico e arquitetônico ganhou notoriedade a partir do momento em que transformou-se na cidade tombada pelo UNESCO, portanto pertencente a humanidade, possui diversas maneiras de ser compreendida considerando-se o "olhar" de quem a vê. Cidade localizada na região Nordeste do país, tanto quanto na região Norte, particularidade esta que a faz conhecida como a capital do "meio norte", é narrada no imaginário simbólico de seus artistas bem como do cidadão comum, na circularidade de suas lendas as quais falam de encantados, répteis míticos, figuras lendárias.
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Mulher Negra, Dignidade
e Identidade
Helena Theodoro
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Uma das mais importantes mulheres brasileiras é Mãe Stella de Oxóssi, Odé Kaiodê, nome pelo qual atende Maria Stella de Azevedo, ialorixá do Ilê Axé Opo Afonjá, em Salvador. Mãe Stella recebeu da Câmara de Vereadores da cidade a mais alta comenda para mulheres de destaque na Bahia : a Medalha Maria Quitéria. Tal honraria e as inúmeras manifestações de carinho surgiram na vida de Mãe Stella por ser uma das mulheres batalhadoras, que lutam com todas as suas forças em defesa da especificidade cultural do candomblé, assumindo posições firmes contra o sincretismo religioso, servindo assim de bandeira para os demais terreiros do país, sendo, segundo Ildásio Tavares, Ogan Omi l'Arê (Ogan de Oxum mais velho da casa) a primeira ialorixá a combater publicamente o sincretismo.

Mãe Stella foi a primeira ialorixá a escrever sobre sua tradição religiosa e a vida nas comunidades-terreiro, em seu livro Meu tempo é Agora de 1993, atualmente esgotado. Representando toda a força , dignidade e capacidade de criação das Iyá-mi( mães ancestrais), desfaz completamente a imagem criada em nosso meio, da mulher negra desprovida de valores, objeto sexual e incapaz de refletir ou participar da sociedade ,que na verdade, ajudou a construir !

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Nuances culturais: o fazer festeiro de São Luís
Alvaro Roberto Pires
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Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Resumo: Os tambores, as danças de rua compõem o mosaico das manifestações culturais produzidas em São Luís (MA). Instrumentos e movimento (re)criam as estruturas da cultura popular, produzida num ambiente social que experimenta, há bem pouco tempo, conviver com o paradigma da modernidade tardia.

Existe uma mulher chamada Catirina, muito provavelmente assemelhada às diversas moças que habitam as cidades nordestinas. Catirina possui um desejo intenso de comer a língua do boi mais bonito da fazenda onde mora e trabalha, compelindo Pai Francisco, seu marido, a satisfazê-lo, furtando o tal boi. O boi é roubado e levado para longe da fazenda, ato logo descoberto pelo "amo", dono do animal que furioso manda perseguir o culpado. Pai Francisco é capturado, confessando seu crime; o "amo" perdoa sua falta e tudo acaba em festa com muita música e celebração. O auto se desenvolve "...com cenas e cantorias, às vezes cômicas, às vezes conceituais, críticas e até filosóficas, quando não poéticas". (Carlos de Lima, Comissão Maranhense de Folclore, Boletim 11,agosto/98).

A pantomima, revisitada todos os anos nas diversas comunidades, Centro Histórico, arredores da cidade de São Luís, estado do Maranhão, faz parte dos eventos juninos. Os festejos presenciam grande afluência de pessoas espalhadas pelos quatro cantos da ilha, empurradas pela bonita poesia que sai da boca dos cantadores em forma de cantigas, repetidas pela multidão sempre no compasso das matracas¹ e pandeiros² . O cancioneiro faz ecoar seu canto:

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