A República
de Camarões fica na costa ocidental da África e é, na maior parte,
coberta por florestas tropicais. Abrigando 230 etnias, tem o francês
e o inglês como idiomas oficiais, mas há 250 línguas e dialetos
nativos. O país é auto-suficiente na produção de alimentos e possui
uma das economias mais dinâmicas da África. Até a década de 80 vivia
da agricultura e da exportação de cacau e café. O petróleo, descoberto
em 1976, passa a ser a principal fonte de divisas, atraindo grandes
investimentos estrangeiros. A disputa de fronteira com a Nigéria,
em torno da península de Bakassi, provoca conflitos desde os anos
80. Os dois países acusam-se mutuamente de dificultar uma solução
negociada.
Fatos Históricos
Camarões é ocupado no século X por bantos que praticam o pastoreio
e a agricultura. Entre os séculos XVI e XIX torna-se entreposto
de escravos e de produtos tropicais. Em 1884, os alemães estabelecem
um protetorado, legitimado pela Conferência de Berlim. Com o fim
da II Guerra Mundial, a região é repartida entre França e Inglaterra.
Independência
Depois de um período de autonomia como território associado, Camarões
tem sua independência outorgada pela França em 1960. Um plebiscito
em 1961 anexa a parte britânica à parte francesa. Ahmadou Ahidjo
assume a Presidência e instaura um regime autoritário de partido
único, a União Nacional Camaronesa. Ahidjo, muçulmano e nortista,
é reeleito sucessivamente sem oposição legal até 1982, quando é
substituído por Paul Biya, da União Democrática do Povo Camaronês
(RDPC), cristão e sulista, que põe fim a duas décadas de hegemonia
da etnia fulani nos cargos da administração pública.
Oposição
A partir de 1990 surgem partidos de oposição, que passam a organizar
greves e protestos, duramente reprimidos. As eleições de 1992 são
vencidas pelo partido governista. Acusações de fraude desencadeiam
perseguições a oposicionistas. Um acordo com o FMI, em 1994, leva
a cortes no funcionalismo público e a privatizações. Nas eleições
municipais de 1996, os oposicionistas vencem em 13 cidades. O governo
nega-se a empossá-los e os substitui por nomes de sua confiança.
Há protestos e vários manifestantes morrem. No mesmo ano, o
Conselho
Nacional de Camarões do Sul (CNCS)
Organização formada pelos habitantes de língua inglesa - pede apoio
à ONU para criar um novo país, Camarões do Sul. O grupo alega o
não-cumprimento do princípio de isonomia entre habitantes de língua
inglesa e francesa estabelecido no plebiscito de 1961. Em 1997,
Paul Biya vence a eleição presidencial, obtendo mais de 90% dos
votos. Dois partidos de oposição, a Frente Social-Democrática (SDF)
e a União Democrática de Camarões (UDC), formam uma coalizão em
fevereiro de 1998, depois do fracasso da aproximação entre a SDF
e o governo. No mesmo mês ocorre grave acidente ferroviário na capital,
Iaundê: na explosão de um vagão-tanque de gasolina morrem pelo menos
120 pessoas.
Dados Gerais
Nome oficial: República de Camarões (République du Cameroun/Republic
of Cameroon)
Capital: Iaundê
Nacionalidade: camaronesa
Idioma: francês e inglês (oficiais), línguas regionais (principais:
fang, bamilequê, duala) Religião: cristianismo 52,2% (católicos
34,7%, protestantes 17,5%), animismo 26%, islamismo 21,8% (1990)
Moeda: franco CFA
Cotação para 1 US$: 606,00 (jul./1998)
Geografia
Localização: centro-oeste da África
Características: litoral arenoso e pantanoso (SO); território cortado
de N a S por vale maciço e montanhoso; complexo de planícies e colinas
(N e S)
Clima: tropical (N), equatorial (S)
Área: 475.442 km²
População: 14,3 milhões (1998)
Composição étnica: camarões 31%, bantos 19%, quirdis 11%, fulanis
10%, outros grupos étnicos autóctones 29% (1996)
Cidades principais: Douala (1.200.000), Iaundê (1.000.000), Bafousam
(200.000), Garoua (120.000), Maroua (80.000) (1991)
Patrimônios da Humanidade: Reserva de Animais Dja
Governo
República presidencialista.
Divisão administrativa: 10 províncias.
Chefe de Estado e de governo: presidente Paul Biya (RDPC) (desde
1982, eleito em 1984 e reeleito em 1988, 1992 e 1997).
Principais partidos: União Democrática do Povo Camaronês (RDPC),
Frente Social-Democrática (SDF), União Nacional pela Democracia
e Progresso (UNDP), União Democrática de Camarães (UDC).
Legislativo: unicameral - Assembléia Nacional, com 180 membros eleitos
por voto direto para mandato de 5 anos. Constituição em vigor: 1972.
Economia
Agricultura:
cacau (125 mil t), café (72 mil t), pluma de algodão (92 mil t),
caroço de algodão (110 mil t), mandioca (1,5 milhão de t), milho
(600 mil t), sorgo (450 mil t) (1997)
Pecuária: eqüinos (51 mil), bovinos (4,9 milhões), suínos (1,4 milhão),
ovinos (3,8 milhões), caprinos (3,8 milhões), aves (20 milhões)
(1997)
Pesca: 80 mil t (1995)
Mineração: petróleo (33 milhões de barris), calcário (50 mil t)
(1996).
Reservas não exploradas de gás natural.
Indústria: madeireira, bebidas, alimentícia, extração de petróleo,
carvão
Parceiros comerciais: França, Alemanha, EUA, Bélgica, Luxemburgo,
Holanda (Países Baixos), Itália, Espanha
Relações
Exteriores
Organizações: Banco Mundial, Comunidade Britânica, FMI, OMC, ONU,
OUA Embaixada: SHIS - QI 11, cj.10, casa 6, CEP 71600-900, Brasília,
DF
tel. (061) 248-5403, fax (061) 248-0443
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