Quênia
ver
o mapa
Localizado
na costa leste da África, o Quênia possui uma das melhores
infra-estruturas para safári do continente. Nas extensas
planícies de savana do oeste do território existem várias
reservas nacionais de animais selvagens. A mais visitada
é a de Masai Mara, para onde milhões de gnus imigram em
meados do ano à procura de pastagens verdes. Anualmente,
o governo arrecada cerca de US$ 200 milhões com o turismo,
setor vital para a economia ao lado da agricultura - que
responde por 29% do PIB e emprega 80% da força de trabalho.
As principais exportações são chá e café, cultivados no
sopé das montanhas do centro do país. O segundo maior
pico da África, o monte Quênia (5.199 m), fica nessa região,
pontilhada por pequenos lagos. Alguns são santuários de
aves, como o Nakuru, que abriga 2 milhões de flamingos.
Mais de 70 grupos tribais vivem no Quênia, como os cambas,
os quicuios e os calenjins, o que faz do país um mosaico
de culturas e etnias.
Fatos
Históricos
No século VIII, os árabes instalam colônias no litoral
do Quênia e trocam mercadorias com as tribos do interior.
Desse contato resulta o idioma suaíle, que mescla elementos
de árabe e banto. Os portugueses chegam à região no final
do século XVI e controlam a costa até 1729, quando esta
é integrada aos domínios dos sultões de Omã. Exploradores
britânicos conquistam o país no fim do século XIX. Com
a divisão do continente entre potências coloniais, em
1885, na Conferência de Berlim, o atual Quênia passa a
ser administrado pelo Reino Unido. O descontentamento
dos quicuios - a tribo mais numerosa - com a perda de
suas terras dá origem em 1952 à Rebelião dos Mau-Mau,
sociedade secreta que luta contra o domínio colonial.
Os britânicos reprimem os rebeldes, mas fazem concessões.
Os nativos formam um Legislativo local em 1957.
Ditadura
O Quênia obtém independência em 1963 e elege como seu
primeiro presidente Jomo Kenyatta, o mais importante líder
quicuio, preso dois anos antes, acusado de ligação com
os Mau-Mau. Kenyatta morre em agosto de 1978 e é substituído
pelo vice-presidente, Daniel Arap Moi, eleito para presidente
no ano seguinte e que permanece na chefia do país até
hoje. Na década de 80, Arap Moi é reeleito duas vezes
(1983 e 1988) e assume gradativamente poderes ditatoriais,
passando a reprimir tentativas de organização da oposição.
Em 1991 é fundado o Partido Democrático (DP), que convoca
conferência sobre o futuro do país, dissolvida pela polícia.
Em represália, governos ocidentais, que pressionam pela
democratização, suspendem a ajuda econômica. Arap Moi
recua, liberta presos políticos e aprova o pluripartidarismo.
A divisão da oposição, em 1992, favorece Arap Moi, que
vence as eleições gerais. Assume seu quarto mandato em
janeiro de 1993 e, imediatamente, suspende o Parlamento
por tempo indeterminado, ignorando os protestos populares.
Durante o ano, cerca de 500 mil refugiados chegam da Somália,
da Etiópia e do Sudão. Em 1995, a Bolsa de Valores de
Nairóbi se abre a investidores estrangeiros, objetivando
transformar a capital em centro financeiro regional. O
plano de desenvolvimento para o biênio 1996/1998 aprofunda
políticas de ajuste econômico, com reestruturação de estatais
e cortes no funcionalismo.
Violência
política
O assassinato do líder estudantil Solomon Muruli, em fevereiro
de 1997, dá início a uma onda de violência no país. A
oposição acusa o governo pela morte, manifestantes erguem
barricadas nas ruas de Nairóbi e enfrentam a polícia.
O governo fecha a universidade por tempo indeterminado.
Em agosto, a polícia atira e mata 13 pessoas que participavam
de um ato por reforma constitucional e limitação dos poderes
do presidente. Em novembro, Arap Moi dissolve o Parlamento.
No mês seguinte é eleito para o quinto mandato presidencial,
em meio a confrontos entre a polícia e a oposição, que
denuncia fraude no pleito. Seu partido, a União Africana
Nacional do Quênia (Kanu), conquista a maioria dos assentos
no Parlamento - 107 dos 210 em disputa. Em janeiro de
1998, um massacre de oposicionistas deixa 100 mortos na
província de Rift Valley.
Carros-bomba
Em 7 de agosto, as embaixadas dos EUA em Nairóbi e em
Dar-es-Salaam, na vizinha Tanzânia, são alvo de atentados
terroristas quase simultâneos. A explosão de carros-bomba
mata cerca de 250 pessoas e fere 5 mil. A grande maioria
das mortes, incluindo as de 12 norte-americanos, ocorre
em Nairóbi. A autoria dos atentados é reivindicada pelo
grupo terrorista Exército para a Libertação dos Lugares
Sagrados Islâmicos. O governo norte-americano acusa o
milionário saudita Osama Bin Laden, refugiado no Afeganistão,
de financiar os terroristas.
Dados
Gerais
Nome oficial: República do Quênia (Jamhuri ya Kenya)
Capital: Nairóbi
Nacionalidade: queniana
Idioma: quissuaíle (oficial), inglês, quicuiu, luo
Religião: cristianismo 73% (católicos 27%, protestantes
19%, outros cristãos 27%), religiões tribais 19%, islamismo
6%, outras 2% (1987)
Moeda: xelim queniano
Cotação para 1 US$: 60,00 (jul./1998)
Geografia
Localização: leste da África
Características: planície litorânea árida com savanas;
planalto central (N a S) dividido pelo vale da Grande
Fenda e por cordilheiras vulcânicas (centro-oeste); lagos
Turcana (N), Vitória (O) e Natron (S)
Clima: equatorial (litoral), equatorial de altitude (interior)
Área: 582.646 km²
População: 29 milhões (1998)
Composição étnica: quicuius 21%, luias 14%, luos 13%,
cambas 11%, calenjins 11%, quisis 6%, merus 5%, outros
19% (1996)
Cidades principais: Nairóbi (1.504.900) (1990); Mombasa
(465.000), Kisumu (185.100), Nakuru (162.800) (1989);
Machakos (92.300) (1983)
Patrimônios da Humanidade: Parque Nacional Monte Quênia;
Sibiloi/Parque Nacional da Ilha Central
Governo
República presidencialista.
Divisão administrativa: 8 províncias.
Chefe de Estado e de governo: presidente Daniel Arap Moi
(Kanu) (desde 1978, eleito em 1979, reeleito em 1983,
1988, 1992 e 1997).
Principais partidos: União Africana Nacional do Quênia
(Kanu), Partido Democrático (DP), do Desenvolvimento Nacional
(NDP).
Legislativo: unicameral - Assembléia Nacional, com 224
membros (210 eleitos por voto direto e 14 indicados) com
mandato de 5 anos.
Constituição em vigor: 1963.
Economia
Agricultura: chá (220,7 mil t), café (86,6 mil t), milho
(2,8 milhões de t), cana-de-açúcar (4,45 milhões de t)(1997)
Pecuária: bovinos (14 milhões), ovinos (5,6 milhões),
caprinos (7,4 milhões), suínos (104 mil), camelos (810
mil), aves (25 milhões) (1997)
Pesca: 185,4 mil t (1995)
Mineração: espatoflúor (83 mil t), rubi (1,2 t), safira
(2,3 t), ouro (300 kg), sal (41 mil t), calcário (32 mil
t) (1996)
Indústria: alimentícia, química, petroquímica, máquinas
(elétricas), equipamentos de transporte
Parceiros comerciais: Reino Unido, Japão, EUA, Alemanha,
Uganda, Paquistão, Tanzânia, Emirados Árabes Unidos
Relações
Exteriores
Organizações: Banco Mundial, Comunidade Britânica, FMI,
OMC, ONU, OUA
Embaixada: 2249, R Street NW, Washington D.C. 20008, EUA
tel. (202) 387-6101, fax (202) 462-3829 |