Moçambique
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Ex-colônia
portuguesa, Moçambique situa-se no sudeste da África.
Possui uma extensa costa de 2.500 km, com belas praias
e recifes de coral no arquipélago de Bazaruto, o parque
nacional mais visitado do país. Dois grandes rios do sul
do continente, o Zambezi e o Limpopo, percorrem Moçambique
até desaguar no oceano Índico. Os quase 20 anos de guerra
civil, terminada em 1992, devastaram a nação: deixaram
1 milhão de mortos e milhares de minas terrestres, que
continuam matando e mutilando civis. Em 1996 termina a
repatriação de 1,7 milhão de refugiados, a maior operação
já realizada pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas
para Refugiados (Acnur). Desde o fim do conflito, Moçambique
tenta reerguer sua economia, com bom potencial na atividade
pesqueira, extração de gás e mineração. A região tem uma
das menores rendas per capita do mundo - apenas US$ 80
em 1996 - e 80% dos habitantes praticam a agricultura
de subsistência. Embora o português seja o idioma oficial
do país, apenas 40% da população fala essa língua.
Fatos
Históricos
Moçambique é descoberto por Vasco da Gama em 1498. Os
portugueses tomam posse da região costeira em 1505. No
século XX, o movimento nacionalista surge na década de
50 e ganha impulso em 1962, com a criação da Frente de
Libertação de Moçambique (Frelimo), de orientação marxista,
sob liderança de Eduardo Mondlane. A Frelimo inicia guerrilha
contra os portugueses e, em 1964, conquista o norte do
país. Mondlane é assassinado em 1969, no exílio, e substituído
por Samora Machel.
Independência
O avanço da guerra anticolonial nos territórios portugueses
da África reforça a crise da ditadura salazarista em Portugal.
Com a Revolução dos Cravos, em abril de 1974, a administração
colonial portuguesa desmorona. Moçambique obtém independência
total em 1975, sob o governo marxista da Frelimo, chefiado
por Machel. Meio milhão de brancos deixam o país, que
se ressente do êxodo populacional e da evasão de mão-de-obra
qualificada.
Guerra
civil
A estrutura de mercado desmorona, sem que o governo da
Frelimo consiga implantar o modelo econômico socialista.
Para agravar a situação, entra em cena nos anos 70 a guerrilha
da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), grupo anticomunista
apoiado pelo governo branco da África do Sul, que passa
a combater a Frelimo. Na década de 80, a seca e a continuidade
da guerra civil provocam a fome em grande escala. Em 1984,
o país assina com a África do Sul um tratado de não-agressão,
logo violado pelo governo sul-africano, que mantém a ajuda
à Renamo. Samora Machel morre em 1986 em um desastre aéreo
e é sucedido por Joaquim Chissano. Seu governo reintroduz
a agricultura privada.
Pacificação
Em 1990, a Frelimo abandona o coletivismo, institui a
economia de mercado, legaliza partidos de oposição e abre
negociação com a Renamo. As duas partes assinam um acordo
de paz em 1992. A estabilização é difícil. A miséria é
generalizada e a incidência de tifo e cólera é alta. Há
minas terrestres em grande parte do território, dificultando
o cultivo da terra. Em outubro de 1994 são realizadas
eleições presidenciais e legislativas. Chissano vence
com pouco mais de 50% dos votos e a Frelimo conquista
129 dos 250 assentos da Assembléia da República, ficando
a Renamo com 112. Em 1996, cerca de 1,7 milhão de refugiados
estão de volta a Moçambique. As eleições municipais de
1996 são adiadas sob protesto da oposição, que exige a
criação do Poder Legislativo (Parlamento) nas 139 municipalidades
e 394 regiões administrativas em que se divide o país.
Para dinamizar a economia, tem início em 1997 a reforma
do Porto de Maputo, da rodovia e da ferrovia que unem
a capital a Johanesburgo (África do Sul), a 600 km de
distância. Em abril de 1998, o FMI aprova nova redução
da dívida externa moçambicana em cerca de US$ 1,4 bilhão.
Por ausência de fundos para realizar a campanha eleitoral,
a Renamo e outros 18 partidos boicotam as eleições municipais
de junho de 1998, da qual participam apenas candidatos
independentes, além da governista Frelimo.
Dados
Gerais
Nome oficial: República de Moçambique
Capital: Maputo
Nacionalidade: moçambicana
Idioma: português (oficial), línguas regionais (principais:
ronga, changã, muchope)
Religião: religiões tribais 47,8%, cristianismo 38,9%
(católicos 31,4%, outros cristãos 7,5%), islamismo 13%,
outras 0,3% (1980)
Moeda: metical
Cotação para 1 US$: 11.435,00 (jul./1998)
Geografia
Localização: sudeste da África
Características: planície litorânea estreita, planícies
de Lourenço Marques e Beira (L), planalto central com
colinas e montanhas (O), lago Malauí (NO)
Clima: tropical
Área: 799.380 km²
População: 18,7 milhões (1998)
Composição étnica: macuas 46,1%, tsongos, malavis e chonas
53%, outros 0,9% (1996)
Cidades principais: Maputo (931.600), Beira (298.800),
Nampula (250.500) (1991)
Patrimônios da Humanidade: Ilha de Moçambique
Governo
República com forma mista de governo.
Divisão administrativa: 139 municipalidades e 394 regiões
administrativas.
Chefe de Estado: presidente Joaquim Alberto Chissano (Frelimo)
(desde 1986, eleito em 1994).
Chefe de governo: primeiro-ministro Pascoal Manuel Mocumbi
(Frelimo) (desde 1994).
Principais partidos: Frente de Libertação de Moçambique
(Frelimo), Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).
Legislativo: unicameral - Assembléia da República, com
250 membros eleitos por voto direto para mandato de 5
anos.
Constituição em vigor: 1990.
Economia
Agricultura: pluma de algodão (18 mil t), caroço de algodão
(36 mil t), cana-de-açúcar (278,9 mil t), mandioca (5,3
milhões de t), castanha de caju (60 mil t) (1997)
Pecuária: eqüinos (20 mil), bovinos (1,3 milhão), suínos
(175 mil), ovinos (122 mil), caprinos (386 mil), aves
(23 milhões) (1997)
Pesca: 30,2 mil t (1995)
Mineração: carvão (betuminoso: 60,6 mil t), bauxita (10,7
mil t), sal (40 mil t) (1995)
Indústria: alimentícia, têxtil, vestuário, bebidas, tabaco,
química
Parceiros comerciais: África do Sul, Portugal, Índia,
França, Espanha, EUA, Zimbábue
Relações
Exteriores
Organizações: Banco Mundial, Comunidade Britânica, FMI,
OMC, ONU, OUA, SADC
Embaixada: SHIS - QL 12, cj.7, casa 9, CEP 71630-275,
Brasília, DF
tel. (061) 248-4222, fax (061) 248-3917 |