Costa
do Marfim
Este
país tropical se situa na costa ocidental da África. A
capital administrativa, Yamoussoukro, destoa das cidades
africanas pelas construções modernas. Considerada uma
pequena versão de Brasília, abriga uma réplica da Basílica
de São Pedro (Vaticano), embora a população marfinense
seja predominantemente animista e muçulmana - os católicos
não passam de 14%. Convivem no país mais de 60 grupos
étnicos e grande contingente de exilados de Estados vizinhos.
A Costa do Marfim tem clima propício ao cultivo de cacau
- do qual é o maior produtor mundial -, banana e café.
O avanço da agricultura traz a ameaça de destruição das
florestas. De 1977 a 1987, o país perde 42% de sua mata
original, a maior taxa de devastação no mundo. A oscilação
dos preços internacionais de produtos agrícolas provoca
dificuldades na economia. O governo recorre ao FMI e tenta
estimular novos setores produtivos para diminuir a dependência
da agricultura.
Fatos
Históricos
Franceses instalam entrepostos comerciais na região no
século XVII. Em 1893, o território torna-se protetorado
francês. O processo de independência começa em 1946 com
a nomeação de Félix Houphouët-Boigny para a presidência
da União Democrática Africana (RDA), organização política
de massas. A independência é obtida em 1960, fruto de
negociações entre Houphouët e a França. Até 1990, a RDA
se mantém como partido único. Houphouët governa ditatorialmente
e, graças à prosperidade agrícola, tem o apoio de setores
da população. A queda dos preços internacionais de produtos
tropicais, em 1989, leva à crise do modelo agroexportador,
gerando insatisfação e forçando a instituição do pluripartidarismo.
Com a morte de Houphouët em 1993, após 33 anos no poder,
a Presidência é ocupada por Aimé Henri Konan Bédié, que
mantém a linha autoritária. Ele censura a imprensa, persegue
jornalistas e amplia a aplicação da pena de morte. A oposição
organiza manifestações contra a legislação eleitoral e
boicota o pleito presidencial de 1995, no qual Bédié obtém
95% dos votos. Em fevereiro de 1998, o governo assina
carta de intenções com o FMI, pela qual se compromete
a liberalizar a economia, para conseguir ajuda de US$
385 milhões. Em junho, a Assembléia Nacional aprova a
revisão constitucional proposta por Bédié, que reforça
ainda mais seus poderes. O presidente passa a decidir,
em caso de força maior, se haverá ou não eleição presidencial
ou se seus resultados serão proclamados. O mandato presidencial
passa de cinco para sete anos, com direito à reeleição
até a idade de 75 anos. Cria-se um Senado com um terço
de membros designado pelo presidente. A oposição denuncia
que as mudanças foram feitas sem debate, discutidas em
comissões fechadas do Parlamento e aprovadas em plenário
apenas para cumprir as exigências legais.
Dados
Gerais
Nome oficial: República da Costa do Marfim (République
de Côte-d'Ivoire)
Capital: Abidjan (sede do governo), Yamoussoukro (administrativa)
Nacionalidade: marfinense
Idioma: francês (oficial), diula, baulê
Religião: islamismo 38,7%, cristianismo 26,1% (católicos
20,8%, protestantes 5,3%), animismo 17%, ateísmo 13,4%,
outras 4,8% (1988)
Moeda: franco CFA
Cotação para 1 US$: 606,00 (jul./1998)
Geografia
Localização: oeste da África
Características: litoral rochoso (O) e com lagunas (L);
planície com altitudes de até 200 m (S); planaltos (centro
e N)
Clima: subequatorial de floresta (S), tropical úmido (NO),
tropical seco (NE-savana e floresta clara)
Área: 322.463 km²
População: 14,6 milhões (1998)
Composição étnica: bauleses 23%, betes 18%, senufus 15%,
mandingas 11%, outros 33% (1996)
Cidades principais: Abidjan (2.168.000) (1990); Bouaké
(329.850), Daloa (121.841), Korhogo (109.445), Yamoussoukro
(106.786) (1988)
Patrimônios da Humanidade: Parque Nacional de Taï; Parque
Nacional Komoe
Governo
República presidencialista.
Divisão administrativa: 16 regiões subdivididas em departamentos.
Chefe de Estado e de governo: presidente Aimé Henri Konan
Bédié (PDCI-RDA) (desde 1993, eleito em 1995).
Principais partidos: Democrático da Costa do Marfim-União
Democrática Africana (PDCI-RDA), União dos Republicanos
(RDR), Frente Popular Marfinense (FPI).
Legislativo: bicameral - Assembléia Nacional, com 175
membros eleitos por voto direto para mandato de 5 anos;
Senado (até outubro de 1998 ainda não havia sido estabelecido).
Constituição em vigor: 1960.
Economia
Agricultura: cacau (1,1 milhão de t), café (165 mil t),
látex (108 mil t), palmito (30 mil t), banana (304,5 mil
t), abacaxi (260,5 mil t), pluma de algodão (114 mil t),
caroço de algodão (141,6 mil t) (1997)
Pecuária: bovinos (1,3 milhão), suínos (271,1 mil), ovinos
(1,3 milhão), caprinos (1 milhão), aves (31 milhões) (1997)
Pesca: 70,2 mil t (1995)
Mineração: petróleo (6 milhões de barris), gás natural
(450 milhões de m³), diamante (75 mil quilates), ouro
(1 t) (1996).
Reservas não exploradas de minério de ferro, manganês
e bauxita
Indústria: alimentícia (principais: cacau, café, palmito,
peixe), têxtil (algodão)
Parceiros comerciais: França, Nigéria, EUA, Holanda (Países
Baixos), Alemanha, Itália, Mali, Burkina Fasso
Relações
Exteriores
Organizações: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU, OUA
Embaixada: SEN - Av. das Nações, lote 9, CEP 70473-900,
Brasília, DF
tel. (061) 321-4656, fax (061) 321-1306
Fonte:
Almanaque Abril CD-ROM 1999 - 6.ed |