Guiné
Bissau
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Guiné-Bissau
Situada na costa oeste da África, a Guiné-Bissau possui
um litoral de mangues repleto de pequenas ilhas que formam
o arquipélago dos Bijagós. O rico ecossistema vem sendo
rapidamente destruído pela prática da agricultura - o
setor mais dinâmico da economia e que atualmente emprega
90% da força de trabalho. Grande parte da produção volta-se
para a subsistência. Ainda assim, a Guiné-Bissau é um
dos poucos países da África em condições de exportar alimentos
- como peixes, castanha de caju e algodão. Mais de 20
etnias habitam o território e a maioria delas segue crenças
tradicionais, com exceção de grupos expressivos - os mandingas
e os fulanis - que se converteram ao islamismo durante
o domínio árabe no continente.
Fatos
Históricos
Sua história está ligada à do arquipélago de Cabo Verde,
outra ex-colônia portuguesa. O domínio português começa
no século XVI, quando habitantes de Cabo Verde estabelecem
uma vila às margens do rio Cacheu. A região serve, então,
de base para o tráfico de escravos e, nos séculos seguintes,
será palco de várias revoltas pela independência. Em 1956,
o intelectual cabo-verdiano Amílcar Cabral funda, no exílio,
o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC). Independência-Em 1961, o PAIGC inicia guerrilhas
e, em 1972, controla dois terços do Estado. No ano seguinte,
Amílcar Cabral é assassinado e os guineenses proclamam
a independência, reconhecida pelo governo português em
1974. Luís Cabral - irmão de Amílcar - assume a Presidência
e institui um regime de orientação marxista liderado pelo
PAIGC, o único partido legal. O governo de Luís Cabral
herda um país devastado e sua política econômica provoca
escassez de alimentos. Cabral é deposto em 1980 por um
golpe de Estado chefiado pelo general João Bernardo Vieira,
veterano do partido. O golpe sela a separação entre o
PAIGC da Guiné-Bissau e o de Cabo Verde, abortando o processo
de unificação dos dois países, que rompem relações, reatadas
mais tarde, em 1982.
Abertura
O processo de transição para a democracia começa em 1990,
sob influência do colapso do comunismo no Leste Europeu.
Em maio de 1991, o país adota o pluripartidarismo. Dissidentes
do PAIGC formam o Partido da Renovação e do Desenvolvimento
(PRD), de oposição. Como parte das reformas, a pena de
morte é abolida em 1993. Apesar da abertura política,
o governo adia as eleições até julho de 1994, quando o
PAIGC obtém maioria na Assembléia Nacional (62 das cem
cadeiras) e Vieira é eleito para presidente, com 46,29%
dos votos. Manuel Saturnino da Costa, também do PAIGC,
é indicado para primeiro-ministro. A Guiné-Bissau adere,
em 1997, à zona franca União Econômica e Monetária do
Oeste Africano.
Rebelião
militar
Depois de 18 anos no poder, o presidente João Vieira enfrenta
um motim liderado pelo general Ansumane Mané - que fora
demitido por Vieira da chefia das Forças Armadas em janeiro
de 1998, acusado de fornecer armas à guerrilha separatista
de Casamança, no vizinho Senegal. A rebelião começa em
junho, com a ocupação de instalações militares e do Aeroporto
de Bissau, a capital. Mané exige a renúncia de Vieira
e nega que queira tomar o poder, prometendo eleições gerais
imediatas.
Guerra
civil
O avanço dos militares amotinados e o apoio que recebem
da etnia diola, do norte do país (o mesmo grupo a que
pertence a guerrilha senegalesa de Casamança), obrigam
Vieira a pedir ajuda ao Senegal, que envia tropas em seu
auxílio. Os violentos combates levam à saída de 2 mil
estrangeiros que viviam no território, entre eles cerca
de 200 cidadãos brasileiros. A continuidade da luta nos
meses seguintes obriga a maioria dos 300 mil habitantes
da capital a fugir para o interior, muitos tentando alcançar
a fronteira com o Senegal. Em 26 de agosto, governo e
rebeldes acertam o cessar-fogo sob mediação da Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), dando início às
negociações de paz.
Dados
Gerais
Nome oficial: República da Guiné-Bissau
Capital: Bissau
Nacionalidade: guineana ou guineense
Idioma: português (oficial), crioulo, dialetos regionais
Religião: crenças tradicionais 54%, islamismo 38%, cristianismo
8% (1992)
Moeda: franco CFA
Cotação para 1 US$: 606,00 (jul./1998)
Geografia
Localização: oeste da África
Características: região baixa e pantanosa; litoral largo
e bastante recortado, com o estuário dos rios Gêba e Corubal
e o arquipélago de Bijagós (Formosa e Orango, principais
ilhas); elevações (SE)
Clima: equatorial
Área: 36.125 km²
População: 1,1 milhão (1998)
Composição étnica: balantas 30%, fulanis 20%, maniacas
14%, mandingas 13%, papeles 7%, outros 16% (1996)
Cidades principais: Bissau (233.000) (1995); Bufatá (13.429),
Gabú (7.803) (1979)
Governo
República com forma mista de governo (ditadura militar
desde 1980).
Divisão Administrativa: 9 regiões.
Chefe de Estado: presidente João Bernardo Vieira (PAIGC)
(desde 1980, eleito para presidente do Conselho de Estado
em 1984 e reeleito em 1989; eleito para presidente em
1994).
Chefe de governo: primeiro-ministro Francisco Fadul (desde
1998).
Principais partidos: Africano da Independência da Guiné
e Cabo Verde (PAIGC), Resistência da Guiné-Bissau-Movimento
Bah-Fatah (RGB-MB), Renovação Social (PRS).
Legislativo: unicameral - Assembléia Nacional do Povo,
com cem membros eleitos por voto direto para mandato de
4 anos.
Constituição em vigor: 1984.
Economia
Agricultura: castanha de caju (35 mil t), palmito (8 mil
t), pluma de algodão (900 t), caroço de algodão (2,3 mil
t) arroz (135 mil t) (1997)
Pecuária: bovinos (475 mil), suínos (310 mil), ovinos
(255 mil), caprinos (270 mil) (1997)
Pesca: 5,35 mil t (1995)
Mineração: Reservas não exploradas de bauxita e fosfato.
Indústria: alimentícia, bebidas (cerveja), beneficiamento
de algodão
Parceiros comerciais: Portugal, Holanda (Países Baixos),
China, Japão, Espanha, Índia, França
Relações
Exteriores
Organizações: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU, OUA
Embaixada: 918, 16th Street NW (Mezzanine suite), Washington
D.C. 20006, EUA
tel. (202) 872-4222 |